sábado, 18 de janeiro de 2014

Se foi




Ontem eu sonhei que sonhávamos juntos, que de mãos dadas, novamente, reconstruíamos nosso tão doce castelo de areia.

Era como se pegássemos todos os grãos um a um; um sorriso, um olhar, um piada, um beijo, tantos desejos; e com o passar do tempo tudo foi tomando forma novamente, voltando a crescer entre suas majestosas torres de expectativas aonde não se via fim.

Uma vez o homem quis desafiar a Deus construindo torres até o céu e, como castigo, fomos espalhados pelo mundo e confundidos em várias línguas. Bem, acho que não aprendemos a lição e talvez nunca aprenderemos, como seres falhos que somos, pois as torres de todos os castelos quase sempre encontrem um limite e se desfazem, restando no final apenas estranhos, que entendem o amor cada um a sua forma, isso quando ainda o resta.

Quando me veio tal devaneio, eu olhei no fundo dos teus olhos e disse, deixando transparecer um medo quase juvenil, por mais que eu não quisesse:


– Porque precisam ser tão grandes? Vou parar as minhas por aqui.
– Porque não podemos deixar de sonhar. Elas alimentam nosso amor – Você disse.
– Então viver de sonhos é o que nos resta? - Eu respondi.

De repente, suas palavras se foram, seus olhos se viraram para os meus e por eles eu pude saber o que sairia dos seus lábios em seguida, a verdade. A verdade assusta, ela é direta, ela não tem sentimentos. Todos a querem, mas poucos a conseguem suportar, e eu sentia aquele peso a caminho do meu peito.

Eu já sabia a sua resposta e o vento se encarregou de confirmá-la antes que você pudesse proferir as seguintes palavras:

– É o que somos. Nosso castelo sempre foi de areia.

E se foi.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Constelação em você

Me diz por quê as estrelas brilham na solidão?
Se elas são como você não deixam transparecer
que é superficial o brilho no meio da escuridão
o que passa despercebido aos olhos faz jus a um coração

Te dizer o que passa por dentro
é como descrever o caminho do vento
ás vezes demasiado na direção que sopra
ás vezes brisa que fresca acorda
quem dorme o sono da imensidão

Tento ser simples
para entender o quanto a vida é complexa
mas me vejo perdido pois nem sei o que sinto
muito menos o que você deixa escondido pelo brilho que a cerca

Brilho que se traduz em escuridão
escuridão que é mero segredo
segredo que vira medo
pra quem tem receio
de ser tomado por uma doce ilusão

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Se Foi

De mil palavras que eu disse
as mais importantes você não soube decrifrar
e ainda carrego a duras penas
a dor do gosto que não senti por duvidar

Motivos foram opções tolas
que o acaso me levou a escolher
e hoje fico imaginando a toa
outras escolhas que não faria mal sofrer

Viajo entre o céu procurando um amanhã
Que me faça crer que tudo não passou de um absurdo
Vou pintando a vida, colorindo as feridas
que mostram a dor que eu queria esconder do mundo
Como se um simples gesto mudasse o destino
agindo inocente feito um menino
Fosse mais simples ver um futuro

O meu erro foi crer em momentos
coisas banais sem o menor fundamento
mas que deixaram eternos vestígios
de algo que foi eterno
enquanto esteve em seu tempo

histórias passadas que se tornam um retrato
que fica guardado em algum lugar do infinito
eternas as cores e diversos sabores
quando um dia provei desse fruto proibido

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Há olhares que anseios não me deixam perceber
Ha percepções que me afastam da razão
Há razões que me privam da verdade
Há verdades que se escodem em detalhes
Há detalhes que fogem de uma compreensão
Há compreensões que são prepcitadas
Há preciptações que são esperadas
Há esperas por flores na primavera
Há primaveras onde flores não são belas
Há belezas que nem sempre se verão
E onde forem vistas
Talvez sentidas nunca serão

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Linha Tênue

Os gênios se fossem normais não seriam gênios,
como loucos são tratados num mundo de sãos,
mas quem é são num mundo onde genialidade é loucura,
está louco, pois louco são aqueles que pensam que não são.

domingo, 27 de junho de 2010

De Relidade e Utopias

Se pudesse viver em sonhos, pensaria seriamente
Qual graça teria viver assim,
Aonde nada me fosse supreendente?
A euforia de ver realizar meus desejos
Logo daria lugar a uma solidão,
Pois passa a ser prevesível tudo que vejo,
sendo eu um deus,em um universo, preso a minha criação.
Então, melhor que seja dessa maneira,
O real imprevisível e o sonho meu escape
-Quando as surpresas constantes que vivo,
não forem mais tão agradáveis-.

sábado, 26 de junho de 2010

Entre Olhares

Me perco em olhares teus
E de perdição em perdição
Olho sem mais ter intenção.
Intensa é a vontade que se torna instinto,
Um instinto que torna prazer ,me perder.
Prazer de não desviar meus olhos dos teus
E se desvio, pra mim mesmo minto,
Pois o que sinto nem a mentira,
É capaz de esconder dos olhos meus.